segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Referências sobre o tema África - Imagens e história

Arte Ndbele








Eles habitam a região de Lesedi, na África do Sul e, com cerca de 650 mil pessoas, são uma das poucas nações que conseguiram preservar suas tradições. Mesmo sendo uma sociedade patriarcal, a conhecida herança artística dos Ndebele foi passada de mãe para filha ao longo dos séculos e apenas as mulheres se dedicam aos grafismos e artesanatos.
Na sociedade Ndebele, a mulher ocupa uma posição distinta, devido ao seu domínio na arte da pintura e com o vestuário. Grafismos e cores fortes são expressados em paredes e vestimentas, além dos acessórios (braceletes, colares e tiaras) confeccionados com miçangas e contas coloridas. Eles se utilizam, também, de fibras vegetais para os adornos que enfeitam o alto da cabeça, usados nas festas.
Os grafismos são puramente artesanais e desenhados à mão livre, sem medições ou esboços. À primeira impressão, são as de imagens abstratas, mas na verdade tudo é feito baseado num complexo sistema de sinais e símbolos.
Na arte dos Ndebele, as girafas de cerâmica também são destaques. Elas são feitas com argila e, depois de secas, esmaltadas e queimadas, ficam disponíveis para a venda aos turistas ou ainda como troca por produtos essenciais de uso doméstico.
Apenas as mulheres se dedicam a preservar a tradição artística e passá-la para frente. As meninas Ndebele são afastadas do convívio masculino quando chegam à puberdade e passam cerca de três meses aprendendo os segredos das pinturas e artesanatos. Esse período de “estudos” mostrará o quanto elas serão boas e dedicadas esposas e mães.
Na nação Ndebele as mulheres se enfeitam mais com o casamento e com o passar da idade. Elas utilizam anéis de cobre em volta do pescoço, dos braços e das pernas após se casarem. Os anéis simbolizam a fidelidade (elas não conseguem olhar para os lados) e só são retirados na hora do banho. Como eles simbolizam a riqueza e a fidelidade aos maridos, apenas com a morte de seus companheiros os anéis podem ser retirados, mas muitas mulheres não o fazem, por se habituarem a eles.
Quando as jovens estão na idade de casar, recebem uma boneca com xale e o avental que irá simbolizar o novo status de mulher casada. A dona da boneca deve tomar conta dela e dar-lhe um nome, que depois será dado a sua primeira filha.
A noiva não deve sorrir em seu casamento, pois deve demonstrar certa ‘tristeza’ de deixar a casa de seu pai. Na cabeça, ela leva um peça característica para a cerimônia de casamento, confeccionada com fibras vegetais e que demora horas para ser preparada pelas outras mulheres. Para usar o acessório, o cabelo da noiva é raspado na frente, coberto por um painel central endurecido com uma mistura de terra e mingau de ardósia, e decorado com miçangas e uma pena de ave rara.
O corpo da noiva é pintado com gordura de ardósia e em seu rosto é dado um brilho com vaselina, para torná-la mais atraente. É considerada uma vergonha se a peça da cabeça cair ou quebrar durante a cerimônia de casamento, que é bastante demorada.
A manta colorida típica mostra o resumo de um forte senso de arte e design desse povo artista. As mulheres Ndebele, tradicionalmente, têm a cabeça raspada ou com tranças muito finas e simples. Os aros utilizados em torno do pescoço, braços e pernas são de bronze.


Máscaras Africanas






Máscara tem origem no latim mascus ou masca = “fantasma”, ou no árabe maskharah = “palhaço”, “homem disfarçado”.
Principais funções de uma máscara são: disfarce, símbolo de  identificação, esconder revelando, transfiguração, representação de  espíritos da natureza, deuses, antepassados, seres sobrenaturais ou  rosto de animais, participação em rituais (muitas vezes presente, porém sem utilização prática), interação com dança ou movimento,  fundamental nas religiões animistas e mero adereço.
Uma das sociedades que mais se expressam simbolicamente através de suas expressões artísticas e tornou-se conhecida através de suas máscaras são as etnias africanas. Dentro da África encontram-se várias sociedades, onde cada uma possui traços específicos e particulares respeitando seu contexto cultural.
Dentro da arte africana, as esculturas são as expressões de maior destaque e mais conhecidas universalmente. Diferente da concepção artística ocidental, a arte africana possui um teor e um sentido mágico religioso.
Para os africanos, as esculturas são objetos rituais, comunicação com os deuses e uma maneira de se mostrar e distinguir-se das demais comunidades.
O continente africano é enorme e habitado por várias etnias, por isso apresenta diferenças Culturais, estéticas e religiosas de uma região para outra. Conseqüentemente, a máscara africana não tem traços homogêneos, cada comunidade possui seu próprio estilo artístico.
A maioria das máscaras é feita em madeira, afinal para os africanos a árvore é guardiã de poderes mágicos. O artista parte de um tronco cílindrico e vai afinando com o auxilio de suas ferramentas. A madeira escolhida deve ser verde e para que não rache, ele a carboniza jogando óleos de palmeira.
Além da madeira, outros materiais podem ser usados nas esculturas, como pedra, marfim, ouro, cobre e bronze.
Não é qualquer um que pode esculpir máscaras em uma sociedade africana. O artista não é um ser individual, pois através de suas mãos a coletividade fala. Cabe a ele o papel de interpretar os valores de todos e concretizar em sua obra.
Na maioria dos casos, o escultor pertence a uma família ou casta de artistas. Inclusive será ali que ele irá aprender o uso e os instrumentos para a atividade artística. No entanto, pode acontecer de algum jovem da aldeia se interessar pela arte, mesmo sem ser da família de artistas. Neste caso, ele começará como aprendiz, copiando os modelos do mestre para depois criar os seus próprios, sempre obedecendo ao estilo vigente.Totalmente oposto a nossa a visão ocidental do artista, o escultor africano embora tenha uma posição de respeito e poder, deve ficar incógnito e passar por um processo de abstinência e purificação antes de iniciar a escultura. Pois confeccionar uma máscara é um ato sagrado, e quem o faz deve estar livre de todas as impurezas. Não importa quem é o artista, mas a mensagem social de que é portador.
A posição do escultor dentro de cada comunidade poderá variar, em algumas ele é visto antes do agricultor, em outras é inferior. Em alguns reinados, o artista torna-se um instrumento de ostentação do rei. Neste caso ele irá fazer obras onerosas para mostrar como aquele rei é rico.
Cada região da África tem seu estilo artístico e materiais diferenciados. Isso varia pelas diversas influências e Culturas que o continente sofreu durante a sua história. As mais antigas esculturas africanas foram encontradas no Norte da Nigéria, em uma mina nos arredores de Jos, a Cultura Nok (cabeças humanas de dois metros de altura em formato cilíndrico, com enfeites nas orelhas, lábios e pupilas feitas em terracota).
Apreciar uma escultura africana de qualquer uma destas sociedades é ler a história, ouvir a voz de uma coletividade ou antepassado da população. A própria peça fala por si, é um objeto de testemunho.


Abayomi

No Brasil, Abayomis designa bonecas de pano artesanais, muito simples, confeccionadas a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com nós, sem o uso de cola ou costura e com mínimo uso de ferramentas, sempre negras, possibilitam o trabalho com a identidade afro-brasileira de negros e descendentes, buscando superar as desigualdades de gênero, integrando a memória cultural brasileira. A palavra abayomi tem origem incerta, iorubá, significando aquele que traz, felicidade ou alegria. (Abayomi quer dizer encontro precioso: abay=encontro e omi=precioso) O nome é comum na África do Sul. Conta-nos a história Africana que os negros confeccionavam Abayomis como amuleto de proteção. Em viagens para o Brasil em direção a escravidão, as mulheres rasgavam a barra da saia e faziam Abayomis para as crianças brincarem. E já aqui como escravos, reunião-se todos os dias na senzala e confeccionavam as Abayomis pedindo saúde e Prosperidade. O trabalho com as ABAYOMIS valoriza a cultura afro contribuindo para o reconhecimento da identidade afro-brasileira estimulando a expressão criativa além de reaproveitar retalhos de tecidos. http://www.cuzeuridestenorio.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=92

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